"Que o Senhor vos ilumine, abençoe e vos proteja."

quinta-feira, 15 de julho de 2010

VIMIEIRO DO ALENTEJO






















VIMIEIRO, UM POUCO DA SUA HISTÓRIA

O Vimieiro é uma freguesia portuguesa do concelho de Arraiolos, constituída pelas povoações de Bardeira, Venda do Duque e a vila de Vimieiro.
Foi sede de concelho entre 1257 e 1855. São conhecidos dois forais, o primeiro atribuído por D. Martinho Peres, bispo de Évora, em 1257 e o segundo por D. Manuel I, rei de Portugal, em 1512. Era constituído, em 1801, pelas freguesias da vila e de Santa Justa.
É uma povoação de grandes dimensões onde predomina a arquitecta popular característica do Alentejo, mas também algumas casas que revelam a opulência dos seus proprietários, com destaque para o Palácio dos Condes do Vimieiro.
Os forais foram atribuídos às localidades ou aglomerados populacionais que denotavam um maior grau de desenvolvimento e estruturação e social na época.
A carta de foral do vimieiro foi atribuída pelo bispo de Évora, D. Martinho Peres, em 1257, com autorização de D. Afonso III .
A atribuição das cartas de foral por parte da igreja gerou neste período inúmeras divergências com a coroa portuguesa.
Desde a época medieval que existia uma feira no Vimieiro no Domingo de Páscoa, certamente o dia mais esperado do ano para a população mas esta antiga tradição da vila foi alterada em 1721, já que a câmara do vimieiro pediu a D. João V, por carta de 22 Setembro de 1721, que o rei permitisse que a feira se passasse a realizar nos dois primeiros dias do mês de Agosto. D. João V responde ao concelho do Vimieiro a 20 Novembro do mesmo ano, permitindo a mudança da feira.
Por isso mesmo, até hoje a feira do Vimieiro é realizada em Agosto, embora actualmente se realize no primeiro fim-de-semana.
No século XVIII a vila viveu um período de maior esplendor social, em 1762 sofreu um forte abalo, já que foi um dos cenários da denominada guerra fantástica entre Portugal e Espanha.
Uma representação da câmara do vimieiro descreveu o aspecto da vila ao rei.
Foi considerada inabitável, pela fuga ou morte de muitos dos seus habitantes e pelo estado calamitoso das casas, cerca de 60 ficaram em ruínas.
O estado catastrófico da vila em 1762 foi certamente a causa das várias obras realizadas durante o período da vigência de D. Sancho de Faro e Sousa. O seu palácio na vila e igreja matriz são exemplo de edifícios reformados nesse período. No entanto, a fuga dos habitantes terá sido pontual, já que 1763 a vila registava 250 fogos, não indiciando uma quebra demográfica na vila.
O vimieiro passou por algumas crises, em 1846, devido a uma intensa seca que teve como consequências o aumento dos preços dos cereais e dos produtos de primeira necessidade o que causou a baixa dos salários. No entanto a crise que mais se fez sentir ali, não foi agrícola, foi epidémica, (cólera-morbus) que levou à morte dezenas de moradores no vimieiro. Tantas mortes levaram a que se tivesse mudado o cemitério, que até ai ficava junto à igreja matriz, para junto da ermida de S. Braz, onde ainda hoje se mantém. Esta mudança deu-se em 1856 e não em 1886 como Túlio Espanca afirmou por engano.
Para além da tradicional feira anual, as principais festas continuavam a ser as religiosas, pelo menos até 1861, devido à grande influência das confrarias na vila. As festas dos Passos, do Santíssimo, da Padroeira, de Santo António e a Semana Santa, continuavam a ser os grandes acontecimentos anuais. O vimieiro foi sempre uma terra pobre.
Soeiro de Brito, na época, descrevia assim a fisionomia da vila: “compõe-se de casas, em grande parte abarracadas, formando umas onze ruas, quatro largas e algumas travessas e becos”. Nesta fase, sec. XIX era uma pobre imagem da vila pujante e dinâmica de outros séculos. A grande maioria da população tinha grandes dificuldades económicas e pouca formação. O analfabetismo era uma realidade bem presente, à semelhança com o que se passava no resto do pais .
As décadas de 20, 30 foram igualmente marcados pela falta de emprego ou emprego precário. Depois, durante a vigência do estado novo, a maioria da população do vimieiro, tal como a do resto do pais, vivia numa profunda pobreza. A terra pertencia a alguns lavradores e proprietários abastados ou numa cedência limitada mediante o pagamento anual de uma renda fixa, sendo os ganhos do rendeiro muito limitados.
Vivia-se numa época em que as casas não tinham água canalizada, não tinham luz eléctrica, as condições de conforto e higiene eram muito escassas.
No caso do vimieiro o abastecimento de água canalizada só lá chegou em 1952 e quanto à electrificação, somente numa reunião de 26 Ag. 1948 É que a câmara deu ordem a que ser efectuasse um estudo com vista à instalação da luz eléctrica no vimieiro, sendo a sua inauguração realizada em data próxima da do abastecim. De água, mas somente em algumas ruas da vila numa primeira fase.
Apesar da pobreza e analfabetismo em que viviam, o século XX marca o arranque no vimieiro de um ambiente cultural e de confraternização muito forte. Dá-se o aparecimento das sociedades culturais. A primeira sociedade musical que foi fundada na vila foi a Soc. Music. União vimieirense, a 12 de Janeiro de 1924. Veio depois a filarmónica 1ª. De Abril vimieirense. Ambas são parte importante da história e do património vimieirense novecentista. Actualmente mantém-se em actividade, embora sem a dinâmica dos seus tempos dourados.
Futebol
Desde meados do sec. Era tradição o vimieiro ter equipas de futebol, as quais participaram primeiramente nos campeon. Da FNAT, actual INATEL. Só mais tarde viriam a participar no Distrital. Em 1973 foi fundado o clube (Clube alentej. De desportos Vimieirense).
No livro de rui Miguel Lobo, com o título Vimieiro, uma história por contar, pode ver-se a primª. Equipa de futebol dos anos 50 e seguidamente a equipa dos anos 70.
Cinco dos doze donatários que a vila teve, ostentaram o título de condes do vimieiro. Por aqui se vê a importância que esta localidade patenteou junto do reino.
(In Vimieiro uma historia para contar)
BRUNO MOLEIRO
Por favor, e a quem de direito não deixem morrer o Palácio Conde Vilalva, que além de uma mais valia para aquela Vila é uma Relíquia Centenária
FOTOS:Rua de Alconxel

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