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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Portas de Aviz e a sua história...

Sobre a porta de Avis foi construída, cerca de 1484, uma capelinha de Nossa Senhora do Ó, ou simplesmente Nossa Senhora do Parto, para nela se colocar a imagem que estava num nicho. Esta ermidinha teve obras de melhoramento em 1525. Quase destruída pelos espanhóis em 1663, foi, ainda neste século, em 1671, restaurada a expensas do sacerdote Manuel Figueiras.


Apesar de de muito pequena, a ermida de N. S. do Ó tinha confraria própria e nela se celebra missa todos os domingos e dias santos, ficando os fieis do lado de fora, no Largo, e o celebrante no interior da ermida junto à janela.

As festas em honra de N. S. do Ó eram um grande acontecimento na cidade, especialmente desde a segunda metade do sec: XIX, até finais do primeiro quartel do sec: seguinte. Estas festas realizavam-se sempre em Outubro isto apesar de do calendário litúrgico consagrar o dia 18 de Dezembro como o dia da expectação.

No primeiro dia de festejos, a imagem de nossa senhora do Ó saia em procissão, às 18h, para o Convento Novo. O percurso seguido seria: largo da porta de Avis, rua das fontes, rua da mouraria e rua de Avis.

No dia seguinte, geralmente um Domingo, após a missa cantada e sermão, fazia-se nova procissão, do Convento Novo para a ermida, onde a imagem era de novo colocada.

Eram festas que duravam sempre até à meia-noite, com bandas de música a tocar, havia arraial, havia fogo preso.

Em 1894, estas festas, de cariz tipicamente popular, segundo um jornal da época, juntaram para cima de 6.000 pessoas.

Ainda hoje, a comemoração litúrgica na capela de N. Sr.ª Do Ó, no dia 18 Dezembro, e nela se celebra missa todos os segundos sábados de cada mês.

Quem saísse das Portas de Avis encontrava logo à direita a ermida/igreja de São Bartolomeu que tinha a sua festa a 24 de Agosto não faltando a romaria.

Esta igreja teria sido construída em 1612. Ali se realizam cerimónias para expulsar dos corpos das pessoas o diabo através de exorcismo do padre, tal acontecimento só podia ter lugar em igrejas consagradas a S. Bartolomeu.

Sabe-se que na segunda metade do sec. XIX começa a espalhar-se pela cidade que, de uma fonte nas cercanias de S. Bartolomeu, corria uma água cujo consumo tinha curados doenças da pele e até doenças dos olhos, foram até consideradas águas santas.

A ruína desta igreja acompanha a ruína do forte que a circundava. 1663, as tropas castelhanas, cercaram a cidade, bombardearam o forte e a igreja.

Em sessão de câmara foi decidido que as imagens de S. Bartolomeu e de Nossa Senhora da Paz fossem recolhidas na igreja de São Vicente.

O templo desabou quase por completo, ficando de pé a capela-mor e uma parte lateral. Seria provavelmente nos restos desta capela que os aguadeiros da cidade mandarem celebrar uma missa 1885 talvez o último acto religioso aí celebrado.

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