"Que o Senhor vos ilumine, abençoe e vos proteja."

sexta-feira, 5 de julho de 2013

FUNDAÇÃO DO MOSTEIRO DE SANTA CATARINA DE SENA DE ÉVORA

Neste mês dedicado a Santa Catarina de Sena, e num blogue dedicado à história dominicana, não podemos deixar passar o dia sem recordar o Mosteiro de Évora que teve esta santa como titular, o Mosteiro de Santa Catarina de Sena. Seguimos a História de São Domingos, de frei Luís de Sousa, para dar notícia da efeméride. A fotografia anexa é o único documento visual que nos permite ter uma ideia do Mosteiro.

A FUNDAÇÃO DO MOSTEIRO DE SANTA CATARINA DE SENA[1]

Segundo Frei Luís de Sousa, com o crescimento da comunidade, a casa do Recolhimento começou a deixar de ter condições de habitabilidade. A Prioresa Soror Joana de Cristo viu-se assim na necessidade de procurar um novo lugar, com mais largueza, comodidade e espaço para se acolherem e respirar.
Por esta data, D. Francisco de Portugal, Conde de Vimioso, tinha um sítio na cidade com terreno para se poder edificar um bom mosteiro, sítio no qual existia já uma ermida com a invocação de Santa Catarina de Sena. O Conde tinha pensado construir nele, mas por esta altura tudo o que tinha planeado estava parado e indeterminado. Parece poder entender-se que desejava construir um mosteiro.
Aproveitando a passagem por Évora do Provincial, fizeram-lhe as religiosas o pedido para que diligenciasse junto do Conde o negócio do terreno para a construção de um mosteiro para elas. Desta forma encontravam-se os dois desejos, o das religiosas de construírem uma nova casa e o do Conde de ter um mosteiro.
Obtido o assentimento do Conde, a Prioresa Soror Joana de Cristo, para que a construção ficasse com toda a capacidade necessária e boa traça, comprou uma casa grande vizinha pelo valor de mil cruzados.
Como contrapartida do seu consentimento o Conde de Vimioso, D. Francisco de Portugal, apenas exigiu para si e para os seus descendentes a capela-mor e a obrigação das religiosas rezarem um Pai-Nosso, uma Ave-maria e a Oração de Defuntos em comunidade depois da hora de Prima.
Posteriormente, com o convento já edificado, deram as religiosas o padroado à Condessa D. Joana de Vilhena e ao seu filho o Conde D. Afonso, com dois lugares perpétuos para freiras, sem mais dote que uma quarta parte do obrigatório.
A construção do novo mosteiro decorreu com toda a diligência e para isso contribuiu não só o empenho da Prioresa Soror Joana de Cristo, como também a ajuda do Conde de Vimioso e as esmolas dos devotos e benfeitores.
A 24 de Abril de 1547, Domingo do Bom Pastor, estava o edifício em condições de acolher as 24 religiosas que deixaram o Recolhimento de Santa Marta e em procissão solene entraram no Mosteiro de Santa Catarina de Sena.
Como as obras ainda não estavam terminadas e havia urgência em as terminar, para encerrar a clausura e ter as condições necessárias à vida de silêncio, durante a noite as religiosas colaboravam com a edificação transportando os materiais necessários à construção, de modo a que no dia seguinte os trabalhadores já os tivessem junto aos pés.
Desta forma em Agosto estava a obra acabada e puderam as religiosas entrar em procissão nos dormitórios recém terminados de construir. A partir daquele momento puderam dedicar-se em silêncio e clausura à vida contemplativa.
Soror Joana de Cristo conduziu os destinos da comunidade e Mosteiro durante mais vinte anos, ou seja até 1567. Terminou o governo deste mosteiro por ordem do Mestre Geral Justiniano que em 1566 visitou a Província e certamente o mosteiro e a mandou descansar.
Contudo não o pôde fazer porque entretanto foi chamada pelos Superiores para ir fundar o Mosteiro do Bom Pastor em Azeitão. Terminado o ofício de que tinha sido incumbida voltou ao sue Mosteiro de Santa Catarina de Sena em Évora, onde terminou os seus dias em paz.

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