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quinta-feira, 12 de março de 2015

Património: Recuperação profunda faz renascer igreja de São Francisco em Évora

Edifício de culto, que acolhe «Capela dos Ossos», corria risco de ruir

 A igreja de São Francisco em Évora está a ser alvo de obras de recuperação, que a fazem estar tapada por andaimes e a preenchem de estruturas metálicas que respondem às ameaças de deterioração e mesmo de ruína.

Adalberto Dias, arquitecto responsável pela obra, diz  que a intervenção procura corrigir deficiências estruturais que se agravaram com as alterações de que o edifício foi alvo ao longo dos séculos.

"Em resultado dessas sucessivas transformações, as duas paredes que sustentam o edifício começaram a abrir", revela, pelo que o edifício corria o risco de ruir em condições particulares, como “um sismo de um determinado grau”.

Esse colapso teria “consequências dramáticas para visitantes e para o próprio património" refere o arquiteto.

Évora acolhe por isso uma operação rara de recuperação do património, tendo em conta as várias frentes em que a obra se desenvolve: a par do reforço estrutural do edifício, uma vasta equipa de técnicos de conservação e restauro está a recuperar e a renovar todo o património artístico do monumento.

A igreja de São Francisco é um dos monumentos mais visitados na cidade de Évora e alberga no seu interior a ‘Capela dos Ossos’.

Em 2001, ao assumir a Paróquia de São Pedro, o cónego Manuel Ferreira deu-se conta da dimensão dos espaços da igreja de S. Francisco e também do estado crítico em que se encontrava o seu património artístico por causa de problemas como “fissuras, infiltrações de água, muitas talhas degradadas, azulejos partidos”,

O projeto em curso está orçado em 4,2 milhões de euros e resulta do envolvimento da Delegação de Évora da Secretaria de Estado da Cultura, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo e do Inalentejo.

"Nós temos aqui em simultâneo uma operação de reforço estrutural, uma operação de puro restauro e conservação, e uma construção quase nova ou reposição de um espaço para a criação de um museu", precisa Adalberto Dias.

No final dos trabalhos, os visitantes vão ter ao seu dispor um novo espaço museológico, que resulta de um acaso, dado que foram as infiltrações a leva o cónego Manuel Ferreira a explorar um espaço por cima da Capela dos Ossos, descobrindo as celas do convento franciscano.

"Ao entrar deparei com um espaço tão grande como a nave da igreja e verifiquei que daria um excelente espaço museológico" refere o pároco de São Pedro.

O futuro espaço vai permitir também o acesso às galerias no interior das paredes laterais da igreja, que vão receber uma coleção de presépios do general Canha da Silva.

Na Capela dos Ossos, a intervenção concentrou-se na conservação dos azulejos e na limpeza das ossadas.

Apesar da envergadura das obras, as visitas não foram interrompidas e os turistas podem também observar a da operação em curso no interior da igreja.

A reabertura do templo, com todas as obras concluídas, está prevista para o dia 4 de outubro, festa litúrgica de São Francisco de Assis.

Os trabalhos em curso estiveram em destaque na última emissão do Programa ‘70x7’ (RTP2).

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