Situada junto aos Paços do Concelho e da Misericórdia, a Igreja Matriz, do orago de Nª. Srª. da Assunção substituiu, em meados do século XVI, o antigo templo gótico de 1236, do padroado de Mosteiro de Santa Cruz, de Coimbra.
Atribui-se a S. Teotónio, prior de Santa Cruz de Coimbra, a fundação desta Igreja, cuja primeira pedra terá sido lançada em 7 de Janeiro de 1236, data em que D. Sancho II doou ao Mosteiro de Santa Cruz.
Depois da morte de S. Teotónio a obra foi continuada e concluida depois de 1242 pelo prior D. João Pires, que no novo templo colocou seu irmão D. Godinho.
O edifício actual é do começo do século XVI, mas embora alterado, apresenta ainda grande interesse dentro da sua época e do estilo Manuelino, tendo sido cuidasomente restaurado, para reintegração neste estilo, pela Direcção Geral dos Edifícios Nacionais. Foi classificado como Monumento Nacional, pelo Decreto nº. 8217, de 26/06/22, tendo-lhe sido fixado de zona de protecção por Portaria, publicada no Diário do Governo, II Série, nº. 168, de 20/07/60.
Trata-se de um edifício, cujo acesso principal é feito por escadarias de granito disposto em dois lanços, a fachada principal, suportadada por duas grandes pilastras de cantaria, foi erguida no século XVIII e acrescentada com um frontão e fogaréus (ornato de pedra que termina em labaredas). A entrada é franqueada por um pórtico no estilo da renascença, de arco redondo, lavrado e decorado com oito querubins esculpidos na volta e nos cantos e ainda dois bustos de guerreiros em alto relevo, inspirados na arte de Nicolau de Chanterenne. Duas pilastras tendo nas bases esculpidas caveiras e ossos, suportam um frontão onde se lêem algumas inscrições. A torre sineira, quadrangular, ergue-se à direita da fachada principal, e a cúpula é contituída por uma pirâmide de secção octogonal, com catavento de ferro forjado.
Nas fachadas laterais, seis fortes pilastras de cantaria lavrada suportam o edifício, vendo-se na extremidade as gárgulas da época. Nessas fachadas, duas portas laterais de estilo mamuelino, dão acesso ao interior.
O interior da Igreja é de três naves abobadadas, com nervuras, onde nos fechos se vêem as armas de Portugal, a Cruz de Cristo e as esferas armilares. Seis grossas colunas toscanas suportam a abóboda e dividem as naves. Três colunas mais baixas e esquinadas suportanm o coro inferior, assente numa abóboda nervada.
A capela-mor, cuja decoração é posterior à traça do século XVI, tem um altar em mármore, ladeado de doze cadeirões de madeira do século XVII.
No transepto, do lado direito, existem as capelas das Chagas e da Senhora do Rosário, ambas com tectos de nervuras e altares de talha dourada e policromada do século XVIII. A capela das Chagas tem um ilhar de azulejo verde e branco e duas lápides de mármore, sobrepostas por medalhões ovais e com brasões de armas idênticos. A abóboda do altar da Senhora do Rosário está ainda decorado com pinturas do século XVI. Frente a este altar está o túmulo-monumento mandado erigir por António de Vasconcelos. É constituído por um pórtico no estilo renascentista com arco redondo ladeado por duas colunas, assentando ao centro, a arqueta.
No lado esquerdo encontra-se a capela do Santíssimo (absidal). As paredes são revestidas de azulejos do século XVII. De cada lado está representado a sagrada Eucarístia, num hostiário sustentado por dois anjos. O tecto é de nervuras e os fechos têm esculpidos os bustos dos apóstolos.
Na nave direita, existe outro altar com uma grade de ferro do século XVII e um pequeno órgão dos finais do século XVIII.
O púlpito data do século XVII e a pia baptismal, lavrada em mármore, é do século XVIII. São numerosas as campas rasas com inscrições do século XVII e XVIII.
O edifício, como se referiu, está restaurado e em bom estado de conservação.
CMA
Bem velhinhas estas fotos...
ResponderEliminarAtenção a foto da igreja está invertida a torre e a fonte ficam do lado direito.
Saudações desde Arronches
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