"Que o Senhor vos ilumine, abençoe e vos proteja."

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

CASTRO VERDE / ALENTEJO











CARACTERIZAÇÃO DO CONCELHO DE CASTRO VERDE

Localização
O Concelho de Castro Verde está situado no coração do “Campo Branco”, por entre as planícies do Alentejo que encostam à serra do Caldeirão. Localizado no distrito de Beja, o concelho de Castro Verde é limitado a Norte pelos concelhos de Beja e Aljustrel, a Sul pelo concelho de Almodôvar, a Este pelo concelho de Mértola e, a Oeste, pelo concelho de Ourique.
Com uma área de 567,2 Km2 e uma população aproximada de 8000 habitantes, distribuída em cerca de uma vintena de localidades de pequena e média dimensão, está dividido administrativamente em cinco freguesias: Casével, Castro Verde, Entradas, São Marcos da Atabueira e Santa Bárbara de Padrões.
Equipado com infra-estruturas de acesso rodoviário de boa qualidade, Castro Verde combina a sua privilegiada localização no corredor de ligação do Norte ao Algarve com a facilidade de acessos a eixos de comunicação fundamentais, como:
Aeroporto de Beja a 45 Kms, aeroporto de Faro a 100 Kms, aeroporto de Lisboa a 190 Kms e aeroporto de Sevilha a 270 Kms; porto marítimo de Sines a 95 Kms; cidade de Beja a 42 Kms; cidade de Évora a 120 Kms; Estação de Caminho de Ferro a 15 Kms. Eixos rodoviários de ligação a: Litoral alentejano por Ourique (E.N. 123); litoral algarvio (A2 e I.C.1); Lisboa pela Estação de Ourique (I.C.1); a Lisboa por Aljustrel (E.N.2); a Lisboa (A2); a Mértola (E.N. 123); a Almodôvar (E.N.2); a Beja e Évora (I.P.2).
No que se refere a carreiras de transporte público, pode dizer-se que todas as localidades do concelho se encontram servidas por este serviço, que as liga, pelo menos uma vez por dia à sede de concelho (exceptuando os fins de semana) e, a partir daqui à rede nacional de Expressos com ligações directas a Beja, Évora, Lisboa e Algarve, para além de Tomar, Coimbra, Porto, Braga e Elvas.
Solos e Orografia
O concelho apresenta uma paisagem pouco acidentada, de baixo-relevo, e com uma altitude média a rondar os 200 metros. A cota mais baixa, correspondente a 110 metros de altitude, localiza-se na freguesia de S. Marcos da Atabueira, junto da Ribeira de Cobres a nordeste do concelho, limite com o concelho de Beja. A cota mais elevada é de 288 metros de altitude, geodésico da Urza, próximo do Cerro da Bandeira, na Freguesia de Castro Verde.
Os solos no concelho de Castro Verde são pobres, apresentando em relação à capacidade de uso a seguinte distribuição:
0,05% de solos de classe A; 1,90% solos de classe B; 15,49% de solos de classe C; 40,22% solos de Classe D e 41,95% solos de classe E. Estes números representam uma muito baixa capacidade de uso agrícola, significativas limitações de utilização, em particular no que respeita à histórica produção cerealífera, e elevados riscos de erosão.
Os solos não são aconselháveis à cultura do trigo pois a classe E apenas suporta a vegetação natural ou florestal de recuperação, enquanto que a classe D apenas serve para exploração agro-florestal, nomeadamente nos montados de azinho e sobreiro, com culturas de sequeiro sob coberta. Juntas, estas duas classes, representam 82,17% da área total do concelho. Cerca de 50% da área do concelho é constituída por zonas planas e ondulares conhecidas por peneplanície. O subsolo da área do concelho é essencialmente constituído por xistos argilosos, grauvaques, arenitos, por vezes com quartzitos e raros vulcanitos, em parte fortemente metamorfoseados e de permeabilidade altamente reduzida.
Os valores de declive no concelho de Castro Verde não têm grande variação sendo que predomina o grupo de declives com variáveis entre os 0% e os 2%. Os declives mais acentuados, superiores a 15%, localizam-se em particular junto às ribeiras de Cobres e Maria Delgada, e no limite com o concelho de Almodôvar, ao longo da Ribeira de Oeiras.
Hidrografia
A rede hidrográfica do concelho, para além da ribeira de Oeiras, Ribeira de Cobres e Ribeira Maria Delgada, tem ainda os seguintes cursos de água: Ribeira de Alvacar, Ribeira da Fontinha, Ribeira de Terges, Ribeira da Chada, Ribeira da Sete e Ribeira da Gata.
Meteorologia
A temperatura média anual varia entre os 15,5 e 16º C. Nos meses mais quentes, Junho a Setembro, a temperatura máxima chega a ultrapassar os 43º. No período de Inverno, de Dezembro a Março, a temperatura média ronda os 10º. A precipitação média anual atinge um valor médio próximo dos 500 mm, sendo o período de Novembro a Março quase sempre o mais chuvoso. No Verão a pluviosidade é reduzida ou mesmo nula, com particular ênfase nos meses de Julho e Agosto, meses em que a chuva raramente aparece.
Geologia
 O concelho de Castro Verde é atravessado por uma das províncias metalogénicas de maior relevância a nível mundial, a Faixa Piritosa Ibérica, onde se podem encontrar jazigos de sulfuretos polimetálicos que, pela sua dimensão e pelos teores em metais neles contidos (Cu, Pb, Zn, SN, Au, Ag, etc.) podem situar-se, dentro do seu tipo, entre os mais importantes à escala mundial. Fruto dessa especificidade geológica, este concelho alberga uma das mais importantes indústrias extractivas do nosso país, razão fundamental para o acréscimo de população de Castro Verde nas décadas de 80 e 90, contrariando a tendência geral das regiões do interior, invertendo a situação de crescimento populacional negativo em que se encontrava desde a década de 40, do século XX.
População
Na base deste crescimento estará a implementação, neste concelho, do Complexo Mineiro de Neves-Corvo. As actividades e serviços a ele ligados, assim como o surto crescente de construção civil e obras públicas que tem marcado este concelho nas últimas décadas, têm sido fundamentais para a consolidação do fenómeno de crescimento populacional no concelho. Paralelamente, é de realçar a oferta de emprego e complementaridade de serviços trazidos para a região com a autonomia financeira das Autarquias Locais, a partir de 1979.
No concelho de Castro Verde, o sector terciário emprega 56,18% da população empregada. Depois vem o sector secundário, com 32,7%, enquanto o sector primário ocupa 11,12%. Esta hierarquia de valores mantém-se genericamente em todo o concelho, excepto em Santa Bárbara dos Padrões, onde o sector secundário é aquele que emprega mais população, indubitavelmente um valor justificado pela proximidade das Minas de Neves-Corvo, e em Entradas, onde o sector primário ocupa mais população que o sector secundário, de uma forma geral justificando-se pelas menores dimensões da propriedade e pela complementaridade do uso dos solos baseada na pecuária e na cultura cerealífera. Com uma densidade populacional, em 1991 de 13,7 hab/km2, e em 2001 de 13,4 hab/km2, o concelho tem apresentado nas últimas décadas tendência para a concentração populacional, essencialmente na sede de concelho. Em 1970, a população do concelho era de 9004 habitantes, descendo para 7472, em 1981. Dez anos depois, subia ligeiramente para 7762 habitantes. O último censo, realizado em 2001, registava-se uma pequena descida, fixando em 7603 o número de habitantes do concelho. Destes, 3813 são do sexo masculino e 3790 do sexo feminino.
No ano de 2001, com 4820 habitantes, a freguesia de Castro Verde era a mais povoada, representando mais de 50% da população do concelho. Casével tinha então 365 habitantes, enquanto Entradas 774 habitantes, Santa Bárbara dos Padrões, 1271 habitantes e São Marcos da Atabueira, 373 habitantes.
Contudo, contrariando esta ligeira diminuição populacional, os números da população activa são diferentes e registaram entre 1981 e 2001 uma aumento bem interessante:
Ano de 1981 – 2144; ano de 1991 – 3091; ano de 2001 – 3375.
Paralelamente, a esta subida dos números relativos à população activa, que percentualmente se pode interpretar num acréscimo da Taxa de Actividade de 39,8%, em 1991, para 44,4%, em 2001, assistiu-se a uma descida da percentagem de desempregados, de 11,8%, em 1991, para 11,6%, em 2001.
A taxa de Analfabetismo do concelho atinge ainda números altos, tendo-se, no entanto, assistido entre 1991 e 2001, a uma descida de quase 5%, passando de 20,5% para 15,7% da população. Da população residente o nível de instrução, em 2001, distribuía-se desta forma: Ensino secundário completo, 22,9%; ensino médio e superior, 7,3%.

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