"Que o Senhor vos ilumine, abençoe e vos proteja."

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Por terras do Alentejo....

Veiros é uma terra muito alegre e asseada. As mulheres até caíam as pedras da calçada.

S. Miguel de Machede é uma aldeia muito branquinha, cuja população é

Muito trabalhadora Redondo muito interessante, ali e defendidos dos raios solares

Pela sombra de uma oliveira, ouvi há tempos a banda da guarda republicana.

Os alentejanos são muito sensíveis à música e a todas as artes. O Redondo é o exemplo disso. Quem pensaria gastar na época cerca de 10 mil escudos para ter o prazer de ouvir na sua terra a banda da GNR. E o Redondo teve essa coragem. Honra lhe seja feita.

Em bencatel funcionou em tempos uma oficina (firma Barradas & Filhos) onde construíam máquinas debulhadoras. Foi uma grande revelação, em pleno coração do Alentejo jamais as pessoas pensavam que se construíssem maquinas com tanta perfeição.

Poucos minutos depois estamos em Vila Viçosa, região do ouro branco, os mármores, que se estende até Estremoz. Vila Viçosa, sente-se também orgulhosa por ter aqui o seu palácio ducal. Merece a pena vir ao Alentejo só para visitar o palácio. Lá está o retrato do Duque D. Jaime. É um retrato duro, que demonstra ferocidade. Olhando para ele, arrepiamo-nos.

Pobre Medina Sidónia que assim morreste pelo golpe da espada vibrado sem piedade por essa fera humana.

Lá está ainda a histórica janela de Lisboa, onde D. João IV esperou durante dias consecutivos a notícia da restauração, até que em uma nevoenta manhã de Dezembro ele viu entrar pela porta de Lisboa um mensageiro que, de bandeira em punho gritou em frente da histórica janela:

Real, Real!

Viva D. João de Portugal.

Estava restaurada a Pátria independente.

Lá está a sala onde D. Carlos I se despediu dos seus vassalos, convicto que partia para a morte. E realmente algumas horas depois era sacrificado no Terreiro do Paço.

Vila Viçosa é uma vila fidalga. As suas igrejas, os seus monumentos, alguns pórticos que ali se encontram ainda, tornam esta povoação digna entre as mais dignas.

Os tempos mudaram. Cessaram as grandes recepções no palácio ducal. Já se não ouvem a grandes filarmónicas e bandas regimentais na vasta praça fronteira ao palácio. Hoje Vila Viçosa É uma espécie de museu com o seu Panteon, com as suas velhas relíquias.

Não esquecer o espírito hospitaleiro dos seus habitantes.

Estar em V. Viçosa é o mesmo praticamente que estar em Borba, poucos minutos separam esta localidade de vila viçosa. É porem, Borba o coração da região do mármore. Nada ou praticamente nada se vê aqui de granito a não ser as pedras da calçada. Os próprios letreiros das ruas são feitos de mármore.

Borba notabiliza-se pelos antigos passos, autenticas obras de arte.

É ali, em Borba que encontramos um coração do pai amantíssimo sangrando ainda pela perda de seu filho adorado.

Montemor, esta cidade que se perde na noite dos tempos e que foi tão importante no tempo dos celtas é hoje, composta por uma rede viária que a liga com todo o pais. ainda há duas dezenas de anos Montemor estava completamente isolada. O seu caminho-de-ferro ficava longe, Torre da Gadanha, e as estradas estavam intransitáveis. Hoje, Montemor devido à camionagem esta servida por uma importante rede de estradas e é aqui que as camionetas fazem entroncamento. Assim, Montemor alem de estar ligada com Lisboa, é por Montemor que se chega a Évora, Reguengos e Mourão, é também por Montemor que chegamos a Arraiolos, Estremoz, Borba, Elvas ou de Estremoz para o norte do Alentejo e Beiras. Montemor tem pois, um grande futuro se os seus naturais, olharem, com olhos de ver para a terra que lhes serviu de berço.

Beleza não lhe falta para fazer desta terra um importante centro de turismo. Quem sobe ao castelo, esse castelo tão arruinado conquistado aos mouros por D. Afonso Henriques logo após a batalha de Ourique desfruta um dos panoramas mais imponentes do Alentejo.

Lá está o palácio dos alcaides de Montemor. E outros monumentos dignos da nossa visita.

Mas, enquanto Montemos adormecia à sombra dos seus louros orgulhosa por ter sido berço natal de São João de Deus e de Curvo Semedo, uma das suas ex – freguesias rurais V Novas, que ainda à pouco mais de uma dúzia de anos era uma aldeia sertaneja, é hoje uma cidade importante apta a administrar-se, constituindo um conselho autónomo.

Venda Novas foi uma das terras mais industriais do Distrito de Évora. Principalmente a industria rolhe ira desenvolveu-se aqui prodigiosamente. A escola pratica de artilharia, foi dar a vendas novas também um grande desenvolvimento. O seu comércio demonstra com a maior eloquência o que é hoje Vendas Novas, a primeira povoação da Província do Alentejo para quem vem de Lisboa.

Esta povoação tem progredido muito é certo, mas é à custa do seu trabalho.

A sua riqueza consiste, em sobreiros, cereais, vinha e pinheiros.

Portel, ainda não há muito tempo o caminho Évora a Beja não se podia fazer de automóvel. Presentemente não. A estrada é boa e sobre os ribeiros estão construídas sólidas pontes de forma que em 20minutos pomo-nos em São Mancos, uma freguesia de évora com certa importância, muito rústica, mas muito asseada. Depois chegamos a monte do Trigo. É uma linda Aldeia pertencente já ao concelho de Portel. Esta região era muito abundante em trigo vindo-lhe dai o nome. Seguimos para o Sul e entramos na serra de Portel. Tem um aspecto diferente que nem parece Alentejano. Quando se entra na Serra nota-se um aspecto minhoto, ou transmontano. Vêem-se vertentes encantadoras, onde a verdura é abundantíssima, de árvores frondosas a pretenderem encobrir riachos que lhes deslizam sob a sua copagem. Próximo de Portel aparece-nos imponentemente, como a desafiar as tempestades, e que se ergue lá no pícaro de uma serra, a ermida de São Pedro.

Portel fica também no contraforte da respectiva serra, encontrando-se a uma altitude de 300m. Tem o seu castelo como todos os outros em ruínas.

Quem sobe ao castelo, poderá avaliar que o Alentejo não é só a vasta planície, campos de pão e de montado. Os arredores de Portel são encantadores, são dignos de serem visitados. É o Minho em pleno Alentejo, e consequentemente um Minho mais belo, mais atraente.

Mas deixemos Portel com todos os seus encantos. É o último concelho do Distrito de Évora; mais para o Sul encontra-se a Vidigueira, a campina longa, infindável.

Mas voltemos atrás e vamos apanhar a estrada em direcção à fronteira de Espanhola. Reguengos de Monsaraz é uma cidade relativamente de construção moderna. Monsaraz sim. Era povoação importante no tempo de D. Afonso III. Era uma das mais poderosas atalaias que vigiavam as incursões Castelhanas.

Caminhando sempre passamos sobre o rio Guadiana. É uma ponte soberba que, que constitui uma bela obra de arte.

Depois temos Mourão, Terra de Agostinho Fortes. É a ultima vila do país para este lado de Portugal. A dois passos está a Espanha. Tem também Mourão progredido imenso. A Praça da Republica foi ajardinada; o seu novo edifício escolar e o projecto da sua nova avenida, são melhoramentos muito importantes. É porém uma terra pobre em comércio como são todas as terras próximas da fronteira. Todavia, o nativo de Mourão é um dos povos mais regionalistas que existem no Alentejo do Sul.

Viana do Alentejo; aqui partimos para Nossa Senhora de Aires. Antigamente as estradas para lá quase não existiam, eram uma lástima. Pode-se dizer que este concelho é um dos mais férteis de todo o Distrito. A igreja de Nossa Senhora de Aires construída em meados do século XVIII faz-nos lembrar a basílica da Estrela de Lisboa.

Todos os anos ali há uma grande festa, incluindo feira levando a Viana gente não só de todo o Alentejo mas de toda a parte do nosso país.

Viana, segundo os historiadores foi povoada por D. Gil Martins em 1180.

Teve Viana dois importantes conventos o Recolhimento das Beatas, fundado em 1528, e o do Bom Jesus.

O velho castelo fundado por D. Dinis, encera a igreja matriz que é um templo digno de se admirar. Templo de três naves tem um pórtico que, apesar de não ser primitivo, é de estilo manuelino.

Não esquecer os nomes do médico distintíssimo Dr. António José de Sousa, um grande benemérito e perante a memória do qual todos os vianenses se curvam. E ainda o Senhor Conselheiro Fernando de Sousa, (filho de António José de Sousa), um grande jornalista e primoroso engenheiro.

bm/.

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