Passe o Largo de São Vicente e desça a pitoresca Travessa da Caraça até ao Largo da Graça, marcado pela fachada maneirista da igreja do convento. Fundada no século XVI por D. João III, são célebres os quatro atlantes bíblicos as sua frontaria. A chave está na anexa messe dos oficiais. Regresse pelo mesmo caminho, veja as lojas de artesanato de cobre do Largo Álvaro Velho e passe para o Largo da Misericórdia, frondosa praça que os jacarandás perfumam e pintam de azul na Primavera.

A fonte, que recebeu as primeiras águas do Aqueduto da Água da Prata em 1556, é uma bela peça renascentista de mármore regional, provavelmente concebida por Diogo Torralva, à data conservador do aqueduto. Evocando memórias de outros tempos, nela se encontram as marcas ancestrais dos cântaros nos muretes e um chafariz de cavalos. Aprecie e arcada gótica e o mirante mudéjar do Paço dos Morgados Cordovil e, no inicio da antiga Rua da Mesquita, não deixe de ver a barroca e robusta Porta dos Nós da Igreja do Convento do Carmo, primitivo Paço dos Duques de Bragança.


A partir do Largo, faça uma incursão de ida e volta à universidade. Passeie no claustro e procure ver a Sala dos Actos e as antigas salas da aula decoradas com azulejos do século XVIII alusivos às matérias leccionadas. Na anexa Igreja do Espírito Santo, a sacristia oferece azulejos quinhentistas verdes e brancos e frescos representado cenas da história da Campanha de Jesus e da vida de Santo Inácio de Loiola.
De novo no Pátio de S. Miguel, tomando agora a Freiria de Cima, retoma o caminho da Sé. Pare no n.º 17 do Largo Dr. Mário Chico, Solar dos Condes de Portalegre, e espreite o espaço da Galeria de S. Miguel – Arte e Atrelagem.
A entrada para o Largo do Conde de Vila Flor faz-se sob arco redondo que une a Biblioteca Pública e o Museu Regional instalado no Antigo Paço Arquiepiscopal. Chegou ao topo da Acrópole. Contornando-a pelo lado direito, surgem sucessivamente: o Convento dos Lóios, actual pousada, fundado no século XV sobre as ruínas do castelo medieval, com um claustro de arquitectura manuelino-renascença e uma notável porta da Sala do Capítulo, estilo mudéjar alentejano; a Igreja de S. João Evangelista, com um portal gótico flamejante a pronunciar uma grande beleza interior, e o Palácio dos Duques do Cadaval, enquadrado por duas torres medievais (a pentagonal conhecida por Torre das Cinco Quinas).
Dominando o largo, o Templo Romano, ex-líbris da cidade, é um magnífico exemplar da arquitectura greco-romana dos séculos I-II, que se pensa dedicado a Júpiter ou ao culto dos deus-imperador. Sofreu inúmeras tribulações ao longo dos tempos. Foi torre militar do sistema defensivo medieval e açougue municipal, até que, no século XIX, foi liberto das paredes envolventes, o que deixou à visita as originais colunas e capitéis.
No Jardim de Diana, assente sobre um troço de Cerca Velha, alguma estruturas de mármore recordam o Simpósio da Pedra, realizado nos anos 80. Oferecer um ampla vista sobre o Bairro da Mouraria, os moinhos do Alto de São Bento, o Convento de S. Bento de Cástris, o traçado ziguezagueante do Aqueduto da Água da Prata, o Convento da Cartuxa e, mais à direita, o Convento do Espinheiro, aqui pode vêr com os seus prórios olhos uma oliveira que tem mais de mil anos. Segundo a lenda, ali apareceu a um dos monges, Nossa Senhora do Espinheiro.
Prosseguindo na volta ao largo e colocando-se de frente para o Templo Romano, tem à direita o Palácio do Amaral, actual Governo Civil e PSP, com um belo friso esgrafitado; depois do templo, o Palácio da Inquisição, onde se condenaram mais de 22 000 almas e que a Universidade de Évora transformou em departamento de pedagogia. Na actual residência dos padres jesuítas, merece visita o fresco das Casas Pintadas. Para visitar toque no n.º15 da Rua Vasco da Gama.

Desça para a Praça do Giraldo pela Rua 5 de Outubro, entre casas antigas e lojas de artesanato. Espreite o Beco do Espinosa, repare nas colunas dos n.ºs 43-47, correspondentes à entrada do antigo poço da cidade, e, mais abaixo, no nicho da Santíssima Trindade, datado de 1 de Novembro de 1755, também chamado do Senhor Jesus dos Terremotos. Logo a seguir, a Torre de Selaria, pentagonal, e as duas alcárcovas assinalam as mais antigas fronteiras da cidade.
Sem comentários:
Enviar um comentário